Pietro Parolin, cardeal italiano apontado como um dos favoritos no conclave, tem longa história na América Latina

  • 30/04/2025
(Foto: Reprodução)
Aos 70 anos, cardeal foi o número dois do Vaticano durante quase todo o pontificado de Francisco. Pietro Parolin é um dos cardeais mais cotados para novo papa Yara Nardi/Reuters Pietro Parolin participou das negociações que retomaram as relações entre o Vaticano e o México, atuou como núncio na Venezuela e mediou o diálogo entre os Estados Unidos e Cuba. Agora, este cardeal italiano aparece como candidato papal para suceder o primeiro pontífice latino-americano. Parolin, de 70 anos, foi o número dois do Vaticano durante quase todo o pontificado de Francisco. Como secretário de Estado, ele foi seu expoente mais visível no cenário mundial. Com uma expressão calma, uma silhueta ligeiramente curvada e um senso de humor sutil, este diplomata liderou negociações importantes com a China e o Vietnã. Ele agora está entre os favoritos para substituir o jesuíta argentino antes do conclave que começa em uma semana. Representa a continuidade, mas ao mesmo tempo sua postura moderada abre a porta para consertar fraturas dentro da Igreja. LEIA TAMBÉM: Bênção a casais gays, celibato opcional e outras polêmicas da Igreja: como pensam os 10 papáveis cotados para o cargo? ‘Vice-papa’ é o favorito em apostas para ser o novo papa; veja quem é ele "Papel muito institucional" Parolin é bem conhecido por líderes mundiais e diplomatas e também conhece os meandros da Cúria romana, o aparato administrativo da Santa Sé. "Ele é o cardeal mais conhecido de todos. A questão é se o perfil dele ajudará a criar consenso. Ele nunca teve responsabilidades pastorais e assumiu poucas posições em questões da sociedade. Ele permaneceu em um papel muito institucional", disse uma fonte anônima da Igreja à AFP em Roma. Parolin é acessível, mas também cauteloso e comedido em público. Ele evita qualquer declaração que possa ser mal interpretada, ao contrário de Francisco, que geralmente era muito franco e direto. Apesar dessa relutância, o cardeal italiano disse que o celibato sacerdotal não é um dogma, mas sim um "presente de Deus para a Igreja", e que qualquer ideia que vincule a homossexualidade à violência sexual dentro da Igreja é "grave e cientificamente indefensável". Ele denunciou o aborto e a barriga de aluguel como graves violações da dignidade humana e criticou a ideia de que gênero pode ser diferente de sexo. Francisco o nomeou seu braço direito logo após assumir a cátedra de São Pedro e o fez cardeal em 2014. Pietro Parolin em reunião com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, dois dias antes da morte do papa Francisco Vatican Media/Francesco Sforza/Divulgação via REUTERS Os anos na América Latina Ele nasceu em 17 de janeiro de 1955, em uma família profundamente católica perto de Veneza. Perdeu o pai em um acidente de carro quando tinha 10 anos, quatro anos antes de entrar para o seminário. Foi ordenado aos 25 anos e viajou para Roma para estudar Direito Canônico e Diplomacia, ingressou no serviço exterior da Santa Sé em 1986 e passou quatro décadas ao redor do mundo. Ele fala espanhol, inglês e francês, além de italiano. Em 1989, chegou ao México, onde fez parte da delegação apostólica que negociou o restabelecimento das relações entre os dois países em 1992. As relações foram rompidas no final do século XIX, depois que o então presidente Benito Juárez confiscou propriedades da Igreja, dissolveu ordens religiosas e criou um Estado laico. Ele retornou à América Latina em 2009 como embaixador na Venezuela de Hugo Chávez, que sempre teve relações tensas com a Igreja Católica. Ao chegar, o falecido líder socialista o convidou para realizar "um exorcismo na sede da Nunciatura" por considerar seu antecessor "um sádico". "Se você conhece um bom exorcista, ligue para ele". A Igreja participou de vários processos de diálogo entre o chavismo e a oposição. Parolin também esteve envolvido na mediação do Vaticano que levou à retomada das relações entre os Estados Unidos de Barack Obama e a Cuba de Raúl Castro em 2014. Diplomata O diplomata também desempenhou um papel crucial na assinatura do acordo histórico de 2018 entre a Santa Sé e a China comunista sobre a nomeação de bispos, que encerrou quase 70 anos de tensões. As negociações abriram caminho para que ambos os lados tivessem voz ativa na nomeação de prelados naquele país. O acordo, no entanto, foi criticado por alguns conservadores, particularmente americanos, que acusaram Parolin de ter sacrificado católicos chineses da igreja clandestina. O diplomata defende um acordo semelhante com o Vietnã comunista.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/04/30/pietro-parolin-cardeal-italiano-apontado-como-um-dos-favoritos-no-conclave-tem-longa-historia-na-america-latina.ghtml


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